Quando existe surto de doença em andamento, os protocolos de diagnóstico e tratamento médicos podem ser alterados para lidar com a situação inesperada. Foi isso que o Ministério da Saúde, aqui no Brasil, fez frente ao surto de microcefalia causado pelo zika vírus: o jeito de detectar o problema é menos específico que o normal e pode conter alguns erros. Entenda a seguir.
O diretor explicou que toda criança que nasce de uma gestação a termo (com mais de 37 semanas, o que determina que ela não é prematura) e tem perímetro cefálico menor ou igual a 32 cm é classificada como “suspeita de microcefalia por vírus zika”.
Cada um desses bebês deverá passar por exames de imagem e de sangue em busca de outras possíveis causas, como sífilis, toxoplasmose e citomegalovirose. Caso haja algum indício, pelo próprio tipo de mal formação, que é mais complexa, deverá ser feita análise genética também.
Caso nenhuma outra possível causa de microcefalia seja indicada, o bebê deixa de ser uma suspeita e passa a ser um caso confirmado de microcefalia relacionada ao zika vírus, mesmo sem que haja um exame sorológico que determine a presença da infecção no sangue.
Segundo Maierovitch, isso foi feito para que fossem incluídos mais bebês no rol de casos diagnosticados da doença: “Pode ser que em um ou outro caso essa correlação não se confirmasse, mas, como não existe uma fórmula que nos dê 100% de certeza na avaliação depois de um longo tempo da infecção aguda, preferimos incluir esses casos para aumentar a nossa capacidade de monitoramento”.